Encontro com a base docente confirma escalada da violência institucional; sindicato amplia canais de denúncia, oferece apoio e define estratégias para proteger professores da Rede Municipal de Barreiras
SINPROFE – Diante do aumento expressivo de denúncias de assédio moral contra profissionais da educação, o Sindicato dos Professores, Professoras e Especialistas em Educação da Rede Municipal de Barreiras (SINPROFE) promoveu, na última quinta-feira (11), uma assembleia geral considerada decisiva.

Com a voz carregada de experiência e afeto, Maria Aparecida Pessoa reforçou que a luta por uma educação de qualidade passa, antes de tudo, pelo cuidado com quem ensina, lembrando que cada conquista dos professores é também uma vitória para os alunos e para a comunidade
A presidente do sindicato, Maria Aparecida Pessoa, abriu o encontro com um alerta contundente:
“O medo é a maior barreira para combatermos o assédio. Precisamos quebrar o silêncio e garantir a segurança de quem denuncia. O SINPROFE está pronto para defender e proteger cada professora, professor e trabalhador da educação.”

Ana Vieira, tesoureira do Sinprofe, reforçou na assembleia a urgência de combater a violência institucional e garantir condições dignas de trabalho para os educadores da rede municipal
A tesoureira do SINPROFE, Ana Vieira, reforçou a mensagem ao destacar a urgência do tema:
“Não podemos normalizar o sofrimento no ambiente escolar. É nossa responsabilidade garantir um espaço de trabalho sadio e respeitoso para todos os educadores.”
A assembleia se transformou em um espaço de escuta e acolhimento, onde docentes relataram experiências e expressaram angústias. Muitos apontaram a falta de resolutividade da Secretaria de Educação diante das denúncias e cobraram medidas mais firmes. Professoras resumiram a insatisfação:
“Precisamos que o sindicato cobre diretamente as devidas providências do secretário. Não podemos mais viver com medo! Além de docentes, há cuidadores e outros servidores na mesma condição!”
Ao longo do encontro, a professora Maria Aparecida Pessoa também destacou que a defesa da educação passa por um tripé fundamental: a valorização do educador, do aluno e da família/comunidade. Segundo ela, esse equilíbrio é indispensável para que o sistema escolar avance. No caso dos professores, ressaltou a necessidade de formação continuada, boas condições de trabalho e reconhecimento profissional. Quanto aos alunos, defendeu uma educação centrada no estudante, respeitando sua individualidade e promovendo seu desenvolvimento integral. Já em relação à família e à comunidade, reforçou a importância do diálogo constante e da participação ativa, fortalecendo os vínculos que sustentam a escola como espaço coletivo.
Atendendo às demandas da categoria, foram aprovadas estratégias imediatas para enfrentar o problema:
Estratégias de combate ao assédio moral deliberadas na assembleia:
- Campanha de conscientização;
- Visitas do sindicato às escolas para orientar e apoiar professores;
- Encaminhamento de denúncias formais as autoridades competentes;
- Busca por diálogo com a Secretaria de Educação para criar canais permanentes de resolução de conflitos; e
- Democratização na escolha de direção escolar.
Maria Aparecida reafirmou o compromisso do sindicato:
“Além do atendimento psicológico e terapêutico que já mantemos parcerias, estamos ampliando nossos canais de denúncia. Queremos que a categoria saiba que não está sozinha: o SINPROFE está ao seu lado.”
Canais de denúncia do Sinprofe (anonimato garantido):
Canal de Denúncia |
Plataforma |
Informações de Acesso |
| Site do Sinprofe |
Online |
|
|
Mensagens |
(77) 3613-1107 |
Assédio moral e saúde mental

Com sensibilidade e firmeza, a psicóloga Evelley Santo chamou atenção para o sofrimento silencioso de muitos educadores, destacando como o assédio moral tem adoecido professores e comprometido o futuro da educação
A psicóloga Evelley Santos, especialista em saúde mental do trabalhador, explicou que o assédio moral é caracterizado por práticas abusivas – e não necessariamente contínuas – que violam a integridade e a dignidade da vítima. Entre as manifestações mais comuns, ela citou: “sobrecarga de trabalho, punições vexatórias, desconsideração de problemas de saúde, isolamento e tratamento diferenciado no ambiente de trabalho”.
Segundo a psicóloga, o impacto desse fenômeno já aparece claramente em estatísticas oficiais.
“Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), demonstram que entre 2020 e 2024, a Justiça do Trabalho recebeu mais de 458 mil novas ações por danos morais relacionados ao assédio. Apenas em 2024, os auxílios-doença concedidos por transtornos de ansiedade atingiram recorde histórico, com aumento de 76%, consolidando-se como a principal causa de afastamentos no país”, destacou.
Prejuízos ao professor e ao sistema escolar
A doutora Evelley Santos também chamou atenção para os efeitos devastadores sobre a categoria e sobre a rede de ensino como um todo.
“Professores que sofrem assédio apresentam queda de rendimento, absenteísmo recorrente e, muitas vezes, precisam se afastar por longos períodos. Isso gera sobrecarga para os colegas, amplia a rotatividade de profissionais e prejudica a continuidade pedagógica dos estudantes”, explicou.
Ela enfatizou ainda a ligação direta entre o assédio moral e a síndrome de burnout, marcada por exaustão emocional, perda de motivação e sensação de incapacidade diante das atividades profissionais.
“No caso dos docentes, o burnout não afeta apenas a saúde individual, mas fragiliza todo o processo de ensino-aprendizagem, comprometendo a qualidade do trabalho escolar”, alertou.
Orientações do SINPROFE em casos de assédio moral
Segundo Maria Aparecida Pessoa, “o primeiro passo é registrar o fato nos canais institucionais da própria organização, como ouvidoria, setor de recursos humanos ou instâncias superiores ao assediador.”
Caso não haja retorno efetivo, a tesoureira Ana Vieira reforça que a vítima deve “recorrer ao sindicato”.
As dirigentes reforçaram que o SINPROFE oferece suporte integral aos profissionais e que a luta por um ambiente escolar saudável e valorização docente são também lutas pela qualidade do ensino e pela preservação da saúde mental da categoria.
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