Diretoras do Sinprofe participam em Brasília de debates sobre investimentos e o futuro da educação

Encontro internacional em Brasília discutiu a crise global de professores, saúde da categoria, financiamento público e impactos da tecnologia, enquanto diretoras do Sinprofe defenderam valorização docente, justiça social e resistência à quartelização do ensino, à precarização do trabalho e às políticas privatistas, reafirmando a educação pública como direito social e pilar da democracia

SINPROFE – Diretoras do Sindicato dos Professores da rede pública de Barreiras (Sinprofe) marcaram forte presença no III Encontro Internacional pela Educação Pública, realizado entre os dias 17 e 19 de setembro, na capital federal. Representaram a entidade, as professoras: Maria Aparecida Pessoa (presidenta), Arizângela Mendonça (vice-presidenta), Luzimar dos Santos (diretora de Comunicação e Formação Política Sindical) e Patrícia Cavalheiro (presidente do Conselho Administrativo). O evento reuniu lideranças sindicais, especialistas e gestores públicos de diversos países para discutir “O futuro da educação no Brasil e no mundo, e os desafios enfrentados pelo setor”.

Diretoras do Sinprofe marcaram presença no III Encontro Internacional pela Educação Pública, em Brasília (17 a 19 de setembro). Representando a entidade, estiveram as professoras Luzimar dos Santos, Maria Aparecida Pessoa (Cidinha), Arizângela Mendonça e Patrícia Cavalheiro debatendo os desafios e o futuro da educação no Brasil e no mundo

O dia 18, culminou com a aprovação da Carta de Brasília, documento que sintetiza os compromissos da categoria com a defesa da democracia, a valorização dos educadores e a urgência de ampliar os investimentos em educação.

Nesses três dias, as diretoras do Sinprofe participaram de debates sobre temas centrais para o futuro da educação, como a crise global de professores 9falta de docentes), a valorização profissional, saúde ocupacional, os impactos da inteligência artificial, as desigualdades sociais, o financiamento da escola pública e os riscos do neoliberalismo e da militarização escolar.

Em Brasília, Maria Aparecida alertou para a escassez de docentes, os impactos da desvalorização na saúde da categoria e criticou o avanço de propostas privatistas e autoritárias: “Não aceitaremos que a educação seja tratada como mercadoria. A escola pública deve ser laica, democrática e emancipadora”, destacou.

A presidenta do Sinprofe, Maria Aparecida Pessoa, alertou para a gravidade da escassez de docentes e a necessidade urgente de políticas de valorização profissional.

“O Brasil e o mundo enfrentam uma crise sem precedentes na formação e permanência de professores. Quando a carreira docente não é valorizada, perde-se qualidade e se fragiliza a democracia. A solução passa por salários justos, respeito à jornada, boas condições de trabalho e financiamento público estável. Não aceitaremos que a educação seja tratada como mercadoria”, enfatizou.

Maria Aparecida também ressaltou os impactos da desvalorização na saúde física e mental da categoria.

“A sobrecarga de trabalho, a pressão por resultados e a falta de reconhecimento têm levado muitos colegas ao adoecimento, ao esgotamento emocional e até mesmo ao abandono da profissão. Não se trata apenas de condições de ensino, mas da vida e da saúde de quem dedica sua trajetória a formar cidadãos”, alertou, evidenciando a urgência de medidas de apoio e valorização para garantir a saúde dos profissionais da educação.

Em críticas à “escolarização autoritária” e ao avanço de propostas privatistas, a presidenta defendeu uma escola pública, laica, democrática e emancipadora.

“Querem transformar a escola em quartel e impor currículos que silenciam o pensamento crítico. Isso não é educação, é adestramento”, afirmou, reforçando a importância de preservar o caráter emancipador da escola pública.

Em Brasília, Arizângela destacou que não há qualidade de ensino sem justiça social. “A luta do sindicato é pela equidade, porque sem dignidade para nossas crianças não há como construir um ensino inclusivo e transformador”, afirmou. Ela também reforçou a necessidade de políticas públicas de formação continuada e do uso consciente da tecnologia como aliada do trabalho docente.

A vice-presidenta do Sinprofe, Arizângela Mendonça, destacou que o combate às desigualdades sociais é condição essencial para garantir aprendizagem de qualidade.

“Não podemos falar de qualidade na educação se nossas crianças chegam à escola com fome, sem material adequado e muitas vezes sem condições mínimas de dignidade. A luta do sindicato é também pela equidade, porque sem justiça social não há como construir um ensino inclusivo e transformador”, disse, conectando a educação às questões sociais mais amplas.

Arizângela também ressaltou a importância da formação continuada dos professores.

“Os desafios atuais exigem atualização constante. Precisamos de programas públicos de formação que fortaleçam a prática pedagógica e preparem os educadores para lidar com as mudanças tecnológicas. A tecnologia deve ser aliada, não substituta, do trabalho pedagógico”, acrescentou.

Luzimar dos Santos, diretora do Sinprofe, reforçou que educação pública de qualidade depende de financiamento justo, soberania nacional e uso crítico da tecnologia sem substituir o papel insubstituível do professor

A diretora de Comunicação e Formação Política Sindical, Luzimar dos Santos, enfatizou a ligação entre a luta sindical e a defesa dos direitos sociais e da soberania nacional.

“Educação pública de qualidade exige investimento e também coragem para enfrentar os interesses que querem reduzir o orçamento. O orçamento público não é favor, é fruto da luta histórica da classe trabalhadora. Tributar super-ricos e garantir recursos para a escola é garantir futuro para o país”, declarou.

Ela também alertou para os riscos do uso indiscriminado da Inteligência Artificial (IA) na educação.

“A tecnologia pode apoiar, mas jamais substituir o professor. O afeto, a escuta e a sensibilidade que existem no processo de ensino não podem ser replicados por máquinas. A IA deve ser usada de forma crítica e complementar, sempre com regulação pública e sob orientação pedagógica”, defendeu.

Patrícia Cavalheiro, presidente do Conselho Administrativo do Sinprofe, destacou que a gestão democrática e a mobilização coletiva são fundamentais para defender a escola pública como patrimônio do povo brasileiro

A presidente do Conselho Administrativo, Patrícia Cavalheiro, chamou atenção para a necessidade de maior participação das comunidades escolares nas decisões sobre políticas educacionais.

“As escolas não podem ser tratadas de cima para baixo. É fundamental ouvir professores, estudantes, pais e funcionários. A gestão democrática é princípio que precisa sair do papel e se transformar em prática cotidiana. Só assim a escola pública será de fato um espaço plural e acolhedor”, enfatizou.

Patrícia também lembrou que a defesa da educação passa pela mobilização coletiva.

“Nenhum direito foi conquistado sem luta. Precisamos estar mobilizados, dentro e fora das salas de aula, para impedir retrocessos. A escola pública é um patrimônio do povo brasileiro e não pode ser negociada em nome de interesses privados”, alertou.

Durante os debates, as diretoras do Sinprofe também manifestaram preocupação com leis e políticas que ameaçam a educação pública, como propostas de desvinculação de recursos, precarização do trabalho docente, militarização das escolas e avanço de políticas privatistas.

“É preciso estar vigilante e combater todas as iniciativas que visam enfraquecer a educação pública e retirar direitos dos trabalhadores”, alertou Maria Aparecida, reforçando a necessidade de mobilização e resistência contra retrocessos.

Ao final do dia 18 de setembro, a Carta de Brasília foi aprovada, consolidando os compromissos da categoria: a defesa intransigente da democracia, o repúdio a ataques antidemocráticos, a exigência de mais financiamento público, a rejeição à anistia de golpistas, a crítica ao impacto do neoliberalismo no setor e a defesa de instâncias multilaterais como BRICS e G20.

Maria Aparecida concluiu destacando a importância da unidade da categoria diante dos desafios.

“É hora de fortalecer nossos sindicatos como instrumentos de resistência. A defesa da escola pública é a defesa da democracia, da soberania e da dignidade do povo brasileiro”, concluiu.

Caros professores e trabalhadores da educação em Barreiras, ao longo da próxima semana, com base nesse importe e enriquecedor evento organizado em Brasília pela CNTE, o Sinprofe irá publicar uma série de matérias propondo uma uma ampla reflexão sobre os atuais rumos da educação e propostas de melhorias no sistema.


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